30 outubro 2007


Por uma sociedade sem manicômios...

Em 1987 se instituiu, com o Congresso de Bauru, São Paulo, uma nova etapa da luta pelas transformações das relações sociais com os portadores de transtornos mentais.
São 20 anos de inumeráveis conquistas obtidas através de mudanças significativas nos patamares da assistência à saúde mental e orientadas pela luta por uma sociedade sem manicômios.
Vinte anos depois, o Conselho Federal de Psicologia, a Universidade Estadual Paulista, a Prefeitura Municipal de Bauru e o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, com o apoio da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial, do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, da UNIP Bauru, do SESC Bauru e da USC Bauru, promovem o Encontro Nacional 20 anos por uma Sociedade sem Manicômios, de 06 a 09 de dezembro, no mesmo local do Congresso de 1987 - Bauru.
Com o objetivo de promover amplos e profundos debates e organizar narrativas históricas, criaremos um momento de encontro, reflexão, comemoração e confraternização em torno do tema, organizados pelos eixos:
Loucura e Cultura;
Narrativas históricas na construção de uma sociedade sem manicômios;
A luta antimanicomial e a Reforma Psiquiátrica; e
Um outro mundo é possível.
Contamos com sua presença para inundar Bauru de discussões e festa pelos 20 anos de luta por uma sociedade sem manicômios.
Acesse o site www.pol.org.br/lutaantimanicomial e obtenha todas as informações.
Comissão Organizadora

19 outubro 2007

VC tem sede de quê?

Próximo cHá nA cOnCha:
15/12/2007
a partir das 15:00
na sempre velha nova Concha Acústica
Lembrando que em novembro nossos De Lírios irão para Buenos Aires !
Estarão no Congresso Internacional de Saúde Mental da Universidad de Las Madres de la Plaza de Mayo
Não há fronteiras para os sonhos !

28 setembro 2007

O que você quer?

Boa companhia?
Vida?
Alegria?
Poesia?

Um pouquinho de Chá?

mais arte...vida...
mais vida...
poesia...
música...

Mais Chá?

paisagem...


De Lírios...


imagens/palavras...


arte...


Chá...

A Flor e a Náusea
(Carlos Drummond de Andrade)

Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

21 setembro 2007

07 setembro 2007

Tá Chegaaaaaaandooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


A primavera e o Lírios...

dia 22/09 às 15h na Concha de sempre...

03 setembro 2007

Corre Alice, corre..., os ponteiros do relógio não tem descanso, se quer descobrir muito mais, corre pela vida...

Fábio Adiron http://insanadiron.blogspot.com/

Roubei descaradamente, sem culpa ou medo, esta frase do blog desse moço, que conheço do mundo virtual e das batalhas pela real possibilidade de vivermos as diferenças!

10 agosto 2007

E o jardim floresce...

O blog está meio parado, mas os De Lírios não param de borbulhar por aí...
Próximo número quase pronto e Chá na Concha a caminho...
22/09/2007 às 15:00
Vamos comemorar a chegada da Primavera!!!

10 junho 2007

...

(...)Na floresta só existe lembrança dos amorosos. Os que dominaram o mundo e oprimiram e conquistaram os seus nomes são como letras dos nomes dos criminosos. Conquistador entre nós é aquele que sabe amar. Dá-me a flauta e canta E esquece a injustiça do opressor. Pois o lírio é uma taça para o orvalho E não para o sangue.

Khalil Gibran

RESISTE

Muin Bsaisso*

As gotas de chuva
sobre o teto da sala de tortura
gritavam: resiste!

*Poeta palestino, nasceu em Gaza em 1930.

27 maio 2007

Delírios -2 e -3


As Edições -2 e -3 do De Lírios já estão na internet.

http://br.geocities.com/delirios_saudemental

11 maio 2007

SEMANA DA LUTA ANTIMANICOMIAL- 2007 - Santos- SP

Programação:

16/05 (Quarta-feira) - 16h

Futebol na praia


Confraternizaçã o entre usuários(as), funcionários( as) e demais interessados( as).
Local: Em frente o posto 5 (Gibiteca), próximo ao canal 4.

17/05 (Quinta-feira) – 19h

Mesa Redonda: "Desafios atuais do Controle Social no SUS"

Integrantes:
Geraldo Peixoto – Associação Maluco Beleza
Jorge Viana - Associação Franco Rotelli
Tarcísio Geraldo Faria - Conselheiro Municipal de Saúde de São Paulo - representante dos usuários e membro da União dos Movimentos Populares de Saúde

Local: Conselho Regional de Psicologia (CRP) - subsede Baixada Santista e Vale do Ribeira
Rua Dr. Cesário Bastos, 26 - Vila Belmiro

18/05 ( Sexta- feira) - 10:30

Oficina de Graffiti Art

Coordenador: João Henrique Valério - artista plástico
Local: Conselho Regional de Psicologia (CRP)

19/05 (Sábado) - 15h

Chá na Concha - Evento para a produção da próxima edição do fanzine De Lírios.
Encontro com muita música, poesia, criatividade, alegria e o que quiser trazer...
Local: Concha Acústica (na praia - próximo ao canal 3 e posto 4)

Site: http://br.geocities.com/delirios_saudemental/
Blog: http://de-lirio.%20blogspot.%20com/

Realização:

- Associação Franco Rotelli

- Associação Maluco Beleza

- Conselho Regional de Psicologia (CRP) - subsede Baixada Santista e Vale do Ribeira
Rua Dr. Cesário Bastos, 26 - Vila Belmiro Tels.: (13) 3235.2324 - 3235.2441e-mail: http://br.f431.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=subsedesantos@crpsp.org.br

- De Lírios

- Núcleo POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS da REDE INTERNÚCLEOS do MOVIMENTO NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL

16 abril 2007


Chá na Concha 3 ou -3 ou infinito 3 (não sei por o símbolo de infinito)

No dia 19 de maio - sábado, às 15h, provavelmente uma bela tarde de outono, haverá no espaço público mais nobre e bem frequentado de nossa linda cidade - a Concha Acústica - o 3º Chá na Concha! Deste aclamado evento sairá o material do próximo De lírios!
Compareça, não esqueça de trazer sua xícara (ou copinho descartável mesmo), sua criatividade, sua indignação, seus sentimentos, seus sonhos, opiniões, palpites, pitacos, versos, música, desenhos, textos, etc.
Não esqueçam que esta bagunça será em homengem ao encerramento da Semana da Luta Anti-Manicomial!
Grande Abraço e até lá!

30 março 2007

ESTRANHAMENTE NORMAL

Calado na cama
Em pensamentos afundo na música
Filho de uma luz que não reflete pensamentos
Calado no escuro perpasso o canal
Céus estrelados pintados com sangue
Minhas vozes se calam na noite
Minhas vidas perseguem meu ser
Fumaças atraem estrelas que despencam de minha boca
Olhos perseguem meu encanto pela vida
Na ferida do coração encontro repouso em gotas
Pendurado, estou por um fio

Procuro mulheres que não existem
Onde estou? Porque estou? Onde esta meu mapa interior?
De súbito chove minha dor
Dores de cabeças afligem minha esperança
Flores que nascem na varanda de uma casa
Que não existe, mas um quarto persiste
Assaz vivo em conflito acanhado
Malvado, perambulo na vida
Olhos para tatear o invisível
Mãos para ver o visto
Cadelas vivas me olham
Baleias mortas me sufocam
Passos no céu me engana
Barulhos no chão me cansam
Silêncio espreita o cigarro
Mapas me orientam para o nada
Fogo no mar me devora
Pega! Pega! Não larga, agarra!

Caduco estou de amor
Amor por mim, pelos meus espelhos
Que no banheiro me aguardam
Suplicas de um verão que não passa
Suspiros de um inverno que não vem
Folhas de um outono infinito
Coração de uma primavera que não guardo
Largo, deixo, desleixo
Mapas me fazem perder de mim
Informações de uma bula
Que vem escrita em minha testa
Que atesta o intestável
O indizível, indecifrável, incalculável

O homem se mistura e se encontra
A mulher se apodera na escrita
Meu sexo se anima e se exterioriza
Meu sono não vem e me escrevo
Escrevo por escrever, apenas ver
A caneta florescer
Na cama que não durmo e que sonho
Com fantasmas perambulando pela vida
Caminhos que andam para trás
Caixas que levo em uma bicicleta
Com pneus furados pelos meus dedos agulhados

Parado observo o esquecimento
Aqueço-me em meus pesadelos
Encontro-me nos pensamentos que não quero
O tempo refloresce na fumaça
Já cansada de não ter sentido
Apenas ouvidos
Olhos
Sonhos
Calor de pavor ...e ... chega!
Leandro José de Araujo

28 fevereiro 2007


Chá na Concha

O PRÓXIMO CHÁ NA CONCHA SERÁ NO DIA 04/04/2007 (QUARTA-FEIRA) ÀS 16:00HS, NA CONCHA ACÚSTICA DE SANTOS - AVENIDA DA PRAIA, PRÓXIMO AO CANAL 3 E POSTO 4...

18 fevereiro 2007

Sábias palavras...

"Lembre-se de que a utilidade da xícara está em seu vazio"
Bruce Lee

11 fevereiro 2007

eu fui...


É verdade, tudo que está sendo dito aqui para vocês é a mais pura verdade. Mas aquela verdade verdadeira mesmo, sem imitação. tive o prazer de conferir o parto deferido na concha e posso afirmar que foi bonito de se ver. Mais bonito só o gol do Jaú contra o XV de Piracicaba no ao de 1993, também imemorável.

Valeu a pena, visto que as almas ali de pequenas não tinham nem a idade, posto que crianças participaram demonstrando que é possivel reunir sob uma mesma concha pessoas multiplas, compono algo que se pareça auma democracia da multiplicidade.

Resolvi vir aqui prestar meu depoimento, porque sei que assim como há um processo que proibe shows e atividades "ruidosas" nesse espaço da cidade. Operando na lógica e parafraseando o gilberto gil que nos idos da dácada de 90 do século passado já dizia em seus shows na praia (em resposta aos moradores dos prédios que reclamavam da poluição sonora) que " Música não é poluição". Delírio pode ser música ,portanto, de lirio não é poluição.

E tenho o dito.
grande abraço
nelito do marapé.

08 fevereiro 2007

Conchas e mais Conchas

Como prometido e divulgado, de parto natural e sem o uso de forceps, foi parido na chuvosa tarde/noite de ontem (que foi depois de ante-ontem e antes de hoje) o material da próxima edição de nosso querido fanzine, jornal, TAZ, teco de papel intitulado DELIRIOS. Inclusive o corpo musical do evento, composto por musicistas de primeira linha (entre eles o excelentíssimo guitarrista sul-coreano Muniz, a charmosissima flautista merengue Lúcia e nosso amissíssimo cabloco-saravá Rudney) iniciaram uma composição que há de ficar marcada no pesado livro da História. Será ovacionada por todas as poucas gerações que viverão nesse imundo mundo Mac Donalds. Intitulada Chá na Concha, a música perfaz um estilo neo-gótico, psicótico-psicodélico, samba-reaggae erudito. Mais de três mil emails foram mandados a esta redação para saber como adquirir a composição coletiva. (veja começo da letra abaixo)
Gostariamos de agradecer à prefeitura que colocou a nossa inteira disposição quatro observadores da Secretaria de Cultura e um carro de ilustríssimos senhores fardados.
Entre as atividades realizadas destacamos a voz sonora e poética do companheiro Zellus, os corpos delgados e elásticos dos irmãozinhos da Renata, a atividade fuga da chuva que ocorreu em momentos pontuais e que referiam o zelo a que todos tinhamos sobre o rico material de trabalho do Delirios. Também existiu um delicioso chá, brindado por todos em, vocês não vão acreditar mas é isso mesmo,: COnCHAS! (Dizem as más linguas que a sociedade protetora dos Siris está entrando com processo pesado).
Podemos deixar avisado àqueles que não puderam provar esse quitute da vovó, que a véia tá em mania e prometeu muitas outras oportunidades.

Se vc quiser oxigenar
Se não quiser parar de pensar
Se vc quiser falar
Sem ninguém te censuraaaaaaaaaaaaaaaaaarrrrrrr
Chá na Concha!

Delírios...
Sem chá de lirío
Vamos todos delirarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
No Chá na Concha!

Um grande abraço a todos os comparsas delirantes!

05 fevereiro 2007

04 fevereiro 2007

De Lírios Virtuais

O papel aceita tudo...

...5 da tarde cinza, D. agenda encontro com o SENHOR dos chapéus. Sentados à mesa, envoltos a torradas....

...eles sabem melhor do que ninguém o que sentem...

...Normal? Somos todos normais, à nossa maneira é claro...

...não há muito para adiantar sobre como será; somente que o conteúdo será mais importante que a forma...

...concluiu que aquilo que tem que ser será...


Está no ar a versão nalinha (online) do De Lírios.


No momento seguinte, lá entrou Alice atrás do coelho, sem sequer pensar como é que iria sair da toca de novo.

14 janeiro 2007

DeLírios

DeLírio(por Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)

[Do lat. deliriu.] S. m. 1. Med. Estado de obnubilação da consciência, com ilusões ou alucinações de caráter onírico, agitação ou extupor, que ocorre nas moléstias infecciosas, nas intoxicações, em certas doenças mentais e em caso de febre alta. 2. Transporte, êxtase, arrebatamento. 3. Exaltação do espírito; agitação, desvairamento. 4. Entusiasmo extremo; excitação.